Banco digital de investimentos viu setor PME procurar mais sua carteira de crédito, crescendo cinco vezes mais este nicho da empresa
Diferentemente de outros bancos do segmento, o BTG Pactual viu sua carteira de crédito a PMEs crescer cinco vezes mais. Diante desse cenário, a empresa traçou uma nova estratégia. Durante conferência por telefone com analistas do mercado nesta semana para falar sobre o balanço divulgado mais cedo, o diretor financeiro do banco, Marcello Dantas Leite, afirmou:
“Talvez o terceiro trimestre [deste ano] tenha sido o nosso melhor até hoje. Crescemos e aumentamos nosso market share em praticamente todos os segmentos, com base de capitalização e liquidez ainda mais fortes.”
Período de julho a setembro
Atualmente, o BTG é considerado o maior banco da América Latina no segmento de investimentos. De julho a setembro, a instituição registrou vários recordes. Entre os quais: o montante sob gestão na área de asset management, que atingiu R$ 329,3 bilhões em 30 de setembro, e o volume sob gestão na unidade de fortunas, que somou R$ 221,5 bilhões.
Carteira de financiamento ao setor PME
No entanto, o crescimento mais impressionante para a empresa aconteceu por meio da carteira de financiamento destinado ao setor PME. Ao todo, o montante emprestado aos empreendedores de menor porte se multiplicou por cinco em um ano, chegando R$ 5,8 bilhões. Já o portfólio total avançou 19,4%, para R$ 68,3 bilhões.
Vale lembrar que no mês de agosto o BNDES acudiu os PMEs com 2º o aporte de R$ 5 bi em fundo para empréstimos.
Além dos bancos, as próprias franquias também ajudaram os empreendedores no auge da pandemia, no mês de abril.
Concorrentes
Sendo assim, ao possuir uma liquidez recorde, com R$ 35,5 bilhões em caixa e instrumentos equivalentes, o BTG aproveitou a chance de se sobressair a seus concorrentes. Isso porque os outros bancos optaram por não disponibilizar tanto crédito aos PMEs em razão da pandemia de Covid-19. Em contrapartida, o BTG fez uma oferta a clientes selecionados do setor PME, explica Dantas:
“Tivemos uma oportunidade única, por estarmos mais fortes em capital, enquanto o restante do mercado precisou agir de forma mais cautelosa.”
Ele conclui que o crédito deles “é bem estruturado e tem garantias reais”.
Quem são os tomadores de crédito?
Até o momento, o maior volume dos empréstimos do BTG para PMEs teve como tomadores os fornecedores e parceiros comerciais de grandes empresas que já eram clientes do banco. Portanto, o banco podia aceitar como garantia os montantes que esses fornecedores tinham a receber das grandes companhias, pois havia a vantagem de já conhecerem o fluxo de caixa.
Ampliação das modalidades de crédito
Com essa clientela à disposição veio a coragem de o banco querer ampliar as modalidades de crédito para o setor PME, revela Dantas:
“Isso exige, do nosso lado, aprofundamento nas modelagens para ter a mesma relação entre risco e retorno.”
Ele finaliza a declaração acreditando que o segmento só tende a crescer, mas mantendo a qualidade, mesmo que “talvez em um ritmo menor”.
Unidade de varejo
Além do setor PME, o BTG Pactual também vem avançando na unidade de varejo. Por enquanto, um grupo selecionado de clientes que já investia com o banco está testando as funcionalidades da plataforma digital. E em 2021, os demais interessados poderão conhecer melhor esta opção. A instituição deixa claro que o público-alvo é de alta renda, que já conhece os serviços do BTG na área de investimentos e que quer ter a mesma experiência “premium” com a sua conta corrente e cartão de crédito.
*Foto: Reprodução