Ranking da produção mundial coloca Brasil atrás da Argentina e Rússia
No primeiro semestre deste ano, a indústria de transformação mundial cresceu 0,1%. Enquanto isso, o desempenho do parque fabril brasileiro teve uma perda de 2,0%, em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados são do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), com base em informações da Unido, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial.
Ranking da produção mundial – indústria
Além disso, na comparação do primeiro semestre de 2022 com o primeiro semestre de 2021, o desempenho da indústria brasileira foi pior do que o da Argentina (5,9%) e da Rússia (0,5%)
Sendo assim, o Brasil ocupou a 100.ª colocação em um ranking de produção de 113 países com informações identificadas pela Unido. Já os líderes do ranking foram Filipinas (33,7%), Trinidad e Tobago (25,0%), Quirguistão (24,0%), Arábia Saudita (21,3%) e Mauritânia (20 4%).
Na direção oposta, o Brasil só se saiu melhor que Japão (-2,1%), Luxemburgo (-2,1%), Camarões (-2,3%), Sri Lanka (-2,9%), Malta (-3,2%), Mongólia (-4,2%), Brunei (-5,1%), Macau (-5,3%), Nova Zelândia (-5,7%), Bielorrússia (-6,1%), Argélia (-6,4%), Geórgia (-10,0%) e Irlanda (-10,1%).
Perda de competitividade
O Brasil também se vê às voltas com perda de competitividade na economia, decorrente de entraves estruturais, falta de modernização tecnológica e encarecimento de custos de produção, por exemplo. E isso tudo num momento em que os impactos de pandemia de covid-19 parecem estar se dissipando.
Todavia, a demanda doméstica vem prejudicada pela inflação resiliente, que corrói o poder de compra das famílias, e a migração de recursos que passam do consumo de bens industriais para os serviços. A avaliação é do autor do estudo, Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi.
Perspectiva de melhora
Cagnin afirmou que, apesar dos números levantados, há perspectiva de melhora para a indústria do Brasil:
“As sinalizações que a gente tem da produção industrial é que não está deslanchando o processo de crescimento, mas, aparentemente, a fase de quedas sucessivas ficou para trás.”
Por outro lado, entre os elementos que podem ajudar a produção brasileira no segundo semestre de 2022, estão normalização dos gargalos de ofertas de insumos, trégua recente da inflação via preços de combustíveis e medidas de estímulo do governo, como a distribuição de recursos extras às famílias mais vulneráveis, taxistas e caminhoneiros.
Contudo, as taxas de juros elevadas, os sinais de desaceleração da economia global e os desafios fiscais a serem equacionados no País ainda impedem uma projeção otimista para 2023.
Indústria de transformação mundial
Por fim, a indústria de transformação mundial registrou desaceleração no ritmo de crescimento, passando de uma alta de 3,7% no primeiro trimestre de 2022 para uma elevação de 3,1% no segundo trimestre ambos em comparação ao mesmo período do ano anterior. A indústria brasileira melhorou seu desempenho, saindo de uma queda de 4,5% no primeiro trimestre para um avanço de 0,6% no segundo trimestre. é o que revela o estudo apresentado por Iedi:
“Não se verificou perda de ritmo, mas os dados da Unido deixam claro que, mesmo assim, estamos muito aquém do desempenho industrial mundial.”
*Foto: Reprodução