Serviço fundado nos EUA chega ao Brasil e dá oportunidade uma renda extra aos motoristas da Uber. A startup de Nova York, Cargo, é a responsável por implantar este sistema, que é similar a uma loja de conveniência só que dentro de um automóvel.
O anúncio de que começará a disponibilizar o serviço em território nacional foi feito no fim de maio pela própria Cargo.
No início, o eixo Rio-São Paulo serão os contemplados para poderem instalar o pequeno comércio de conveniência em seus carros. Além disso, eles não precisarão pagar nada pelo estoque. De acordo com a startup, a oportunidade pode gerar uma renda extra e também um melhor desempenho dos condutores no ponto de vista de seus usuários.
A escolha da empresa pelo Brasil não foi aleatória. O país apresenta o segundo maior mercado da Uber em nível mundial. O Brasil possui 600 mil motoristas, 22 milhões de usuários faturamento de US$ 1 bilhão só em 2018. Nos EUA, a Cargo têm mais de 20 mil condutores cadastrados em 11 cidades.
Lucro para os motoristas e vendedores
Criada em 2016, em Nova York, a Cargo ganhou os holofotes somente em junho do ano passado. O motivo foi a parceria exclusiva com a Uber para ofertar suas pequenas lojas de conveniência a seus motoristas cadastrados.
Além disso, a startup já conseguiu por meio de fundos de investimentos, como do Founders Fund a somatória de US$ 29,4 milhões. Este fundo já garantiu verbas às grandes empresas de tecnologia, como Facebook, Lyft e Spotify.
Como funciona
Os motoristas da empresa de carros por app precisam se cadastrar na plataforma da Cargo e instalar um console central em seus veículos com caixas que contenham produtos como doces e cabos para carregar smartphones.
Ao iniciar a viagem, o passageiro que quiser comprar algo desta lojinha precisará escanear um QR Code por meio do celular. Em seguida, será aberto um catálogo online dos produtos que contam dentro do automóvel e na sequência é efetuado o pagamento. Não é necessário baixar um app para este serviço, tudo é realizado por um site móvel. Ao finalizar a compra, o motorista recebe um SMS de confirmação e quando carro estiver parado ele entregará o produto ao cliente.
O motorista não paga nada pelos produtos e nem por sua reposição. O dinheiro arrecadado vai direto para a startup e esta repassa 25% ao condutor da Uber por mercadorias comuns. No entanto, em casos de produtos como Hershey’s, Kellog’s, Mars e Mondeléz é combinado outro valor, pois estas empresas disponibilizam sem custos seus itens de consumo como estratégia de marketing.
Nos EUA, a Cargo já repassou aos motoristas US$ 7 milhões. Eles tiram em média de US$ 100 de extra mensalmente, mas os mais dedicados conseguem atingir em torno de US$ 300. Dependendo da avaliação do motorista, ele pode receber também gorjetas dos passageiros. Hoje, a startup está presente em cidades, como Boston, Miami, Nova York e Washington.
Mercado brasileiro
De acordo com o diretor geral da Cargo no Brasil, Pedro Neves:
“O Brasil tem um mercado muito relevante para todas as empresas de mobilidade. São Paulo e Rio de Janeiro estão entre as maiores cidades para a Uber.”
Desde março, a startup realiza testes para entender melhor o mercado local e dispõe de seis funcionários por aqui. Segundo Neves foi o lançamento que obteve melhor êxito até em relação às cidades americanas.
Mais de 100 mil motoristas de São Paulo e do Rio de Janeiro já se cadastraram e já possuem seu kit de vendas. Os itens foram retirados em sedes da Cargo no país ou alguns escritórios da Uber. Em São Paulo, os locais de retirada se concentram na Barra Funda, Guarulhos, Santo Amaro e Vila Olímpia. Já no Rio, os postos estão no Centro, Campo Grande, Madureira e São Gonçalo.
Diferente dos americanos, os brasileiros consomem mais itens alimentícios até por conta do preço. Por isso, a lojinha será focada em produtos, como doces e chicletes, das marcas Trident’s, Oreo, Halls e M&M’s.
Logística
Assim como nos EUA, o condutor daqui não paga nada pelos produtos e nem por sua reposição. Ele será avisado por meio de inteligência artificial quando os produtos acabarem. E graças a uma parceria com a rede de lojas de conveniência em postos de gasolina AM/PM, o motorista pode se dirigir a qualquer uma delas e por meio de um QR Code ele retira os produtos sem custo algum. A startup é quem acerta a compra com os donos das franquias de conveniência.
*Foto: Divulgação