Mercado Livre adquire plataforma de entregas Kangu

Plataforma de entregas Kangu possui uma estrutura de quase 5.000 pontos; valor da transação não foi revelado

O Mercado Livre acaba de comprar a plataforma de entregas Kangu. O valor da transação não foi divulgado. Além disso, a aquisição se refere a 100% da operação. Com isso, a empresa conseguirá ampliar sua logística própria como diferencial na América Latina. Ou seja, em uma das regiões onde o comércio eletrônico mais cresce no mundo.

Plataforma de entregas Kangu

Atualmente, a plataforma de entregas Kangu possui uma estrutura de quase 5.000 pontos, espalhados por 700 cidades brasileiras, além de México e Colômbia.

A Kangu foi criada em 2018, a partir de pequenas lojas de bairro como pontos de coleta e entrega de encomendas. Isso tudo ampliou a rede logística sem a necessidade de depender de terceiros. Neste caso, sem o apoio dos Correios.

Além disso, sua parceria com o Mercado Livre começou no ano passado. O momento propício decorreu da alta demanda do e-commerce que cresceu bastante de 2020 para cá por conta da pandemia.

Dois novos centros de distribuição

Além da Kangu, o Mercado Livre anunciou ainda neste mês dois novos centros de distribuição no Brasil. Um fica na Grande São Paulo, outro em Belo Horizonte (MG). A expansão foi viabilizada graças ao investimento previsto para 2021, de R$ 10 bilhões. Sendo assim, agora será possível ampliar seu alcance geográfico e reduzir os prazos de entregas.

Investimentos dos concorrentes

Em contrapartida, concorrentes de peso como Magazine Luiza e Nuvemshop também anunciaram grandes investimentos em logística na América Latina. Tal região pode quadruplicar as vendas online nos próximos anos. Isso até alcançar percentuais similares aos da China, local onde representam em torno de 50% das vendas totais do varejo, ante menos de 10% aqui.

Entrega de encomendas em pontos alternativos

A transação com a Kangu possibilitou ao Mercado Livre fechar algumas lacunas que ficaram mais evidentes com o estouro do e-commerce em 2020. Isso inclui a entrega de encomendas em pontos alternativos. Estes pontos também podem ser utilizados para coleta a fim de atender um número crescente de vendedores locais.

Em declaração à agência Reuters, Renato Pereira, diretor de Novos Negócios do Mercado Livre, afirmou:

“Além disso, esses pontos poderão ser usados para devolução de produtos, sem que os clientes precisem enfrentar filas nos Correios.”

Operação

Por fim, a Kangu continuará a ser comandada pelos cofundadores e atuais copresidentes. No caso, Marcelo Guarnieri e Ricardo Araújo vão seguir atendendo outros parceiros além do Mercado Livre, explica Guarnieri.

“Nossa meta agora é elevar o número de pontos de entrega e coleta, dos atuais 2,6 mil para 3,5 mil no Brasil até o fim do ano.”

*Foto: Divulgação