Mercado de opções: saiba tudo sobre esta modalidade de investimento

Mercado de opções é indicado para investidores experientes, a fim de proteger sua carteira das oscilações da Bolsa

Uma modalidade que não deve ser explorada por todos os investidores chega com mais força na Bolsa. Trata-se do mercado de opções, utilizado apenas pelos mais experientes do setor de investimentos. Isso porque ele tem a finalidade proteger sua carteira das oscilações da Bolsa.

Mercado de opções

Além disso, o mercado de opções também pode fazer uma alavanvagem financeira. Apesar de por meio dele ser possível negociar vários ativos, como ouro ou café, as ações são os mais comuns.

E ao contrário do mercado à vista, em que o investidor paga pelas ações na hora em que são adquiridas, na modalidade de opções é considerado um tempo futuro para isso. Portanto, aqui as opções equivalem a um contrato que dá ao seu titular o direito de adquirir ou vender um ativo por um valor pré-determinado em uma data posterior. Esse ativo recebe o nome de “ativo-objeto”.

Vantagens do mercado de opções

Contudo, estas operações se mostram mais vantajosas nos casos em que o investidor acredita que aquele ativo poderá se valorizar ou desvalorizar. Em suma, se ele comprou uma ação a R$ 20, porém, possui razões para acreditar que ela poderá cair no futuro, ele compra opções de venda com preço de R$ 17. Além disso, se, na época da venda (chama de exercício), essas mesmas ações estiverem cotadas a R$ 14, ele ainda poderá vendê-las a R$ 17, reduzindo suas perdas.

Todavia, se este mesmo investidor quiser comprar uma ação de R$ 20 em um momento futuro, mas possui razões para acreditar que ela poderá se valorizar a R$ 25, o investidor pode comprar opções de aquisição por R$ 22. Com isso, na data do exercício, se a sua previsão tiver se concretizado, ele poderá comprar a ação por um prçeo mais baixo. É neste momento que surge a função de “hedge”, ou de proteção da carteira, das opções.

Chamadas “call” e “put”

No mercado, as opções de compra são chamadas de “call”, e as de venda, “put”. O “titular” é quem compra a opção, conquistando o direito de comprar ou vender o ativo-objeto, e o “lançador” é quem vende a opção ao titular, assumindo assim a obrigação de comprar (no caso de put) ou vender (no caso de call) o ativo-objeto. O “strike” é o valor prefixado pelo qual o ativo-objeto pode ser negociado no exercício.

Custo adicional ao titular

Contudo, cada transação possui um custo adicional ao titular, chamado de “prêmio”. Ele se refere ao preço pago ao lançador e permire ao titular ganhar o direito de comprar ou vender o ativo-objeto da opção. Entretanto, o prêmio não corresponde ao valor do ativo-objeto em si, que é mais baixo do que ele.

B3

Todas as opções são negociadas na B3 e seus códigos são gerados por uma combinação de cinco letras e dois números. Em seguida:

As quatro letras iniciais indicam o ativo–objeto;
A letra do meio indica se a opção é de compra ou de venda e o mês do seu vencimento (A a L indicam compra, enquanto A é vencimento em janeiro, B em fevereiro, e assim por diante;
M a X indicam venda, seguindo a mesma lógica).

Já os dois números finais representam o preço de strike. Exemplo: PETRA30, opção de compra da Petrobras, com vencimento em janeiro e preço de strike de R$ 30.

Especificidades das operações

O titular pode deixar a opção expirar ou “virar pó”, em caso do negócio se mostrar vantajoso do modo que ele desejava. Em uma opção de venda, se o preço de strike for menor do que o preço do ativo-objeto, ou ainda, em uma opção de compra, se o prçeo de strike for maior do que o preço do ativo-objeto, o investidor pode optar por operar no mercado à vista normalmente.

Além disso, considere aqui que o valor do prêmio não retorna ao titular se ele desistir do negócio. Mas, como citado antes, esse valor costuma ser pequeno, sendo centavos por papel. Portanto, o prejuízo máximo que o titular pode ter é o preço do prêmio.

Em compensação, o mercado de opções apresenta mais riscos ao lançador, pois ele tem a obrigação de concluir o negócio se o titular assim decidir e pode ter prejuízos “ilimitados”. Na prática, o lançador se comprometeria a entregar títulos que não possui, e aí seria obrigado a comprar ações a um valor acima do preço de strike para cumprir o negócio. A depender da disparidade, o lançador pode afundar no negativo.

Arbitragem no mercado de opções

Por fim, outra estratégia é chamada de arbitragem, que visa o lucro sobre a diferença de preços do mesmo ativo em mercados diferentes. Estes podem ser o mercado de opções à vista, futuro e até do aluguel de ações.

Entretanto, como indicam os analistas do setor, essa é uma estratégia que tem se tornado cada vez mais difícil. Isso porque quando é identificada uma disparidade, rapidamente há investidores prontos para aproveitá-la, fazendo com que ela tenha seus valores imediatamente corrigidos.  

*Foto: Unsplash