Segundo a startup americana Beyond Meat existe mais de uma possibilidade que agregue valor às carnes que não são de origem animal
Desde 2009, o fundador da empresa Beyond Meat, Ethan Brown tenta ultrapassar limites para que mais pessoas consumam proteínas alternativas. Com isso, o mercado de carnes de planta cresce a cada ano. Porém, no início, achavam que Brown era louco por achar que este tipo de consumo daria certo.
Em 2019, passados dez anos da fundação da startup americana, a companhia noticiou no fim de julho seu primeiro balanço trimestral. Hoje, a Beyond Meat possui capital aberto e vale três vezes mais do que no início do ano. O motivo foi a ela ter realizado uma IPO (oferta pública inicial, em tradução livre) na Nasdaq.
Mercado de carnes de planta
Em sua estreia na Bolsa, a Beyond Meat registrou ações no valor de US$ 25. Já em julho, na época de divulgação do primeiro balanço trimestral, ela atingiu US$ 234,90. Ainda no mesmo mês foi noticiado que a companhia valia US$ 14,1 bilhões contra US$ 1,3 bilhão que possuía em investimentos antes do IPO. Isso fez com que seu mercado de carnes de plantas fosse comparada a um terço do preço do conglomerado de alimentos Kraft-Heinz.
Parcerias
A boa onda da startup foi iniciada em 2016, após uma parceria com a rede de supermercados saudáveis Whole Foods. A partir daí, a empresa começou a comercializar seus produtos à base de plantas, como bacon, hambúrgueres e salsinhas dentro desses estabelecimentos.
Hoje, a companhia também conta com a ajuda da rede de fast food Dunkin’ Donuts. Com isso, houve um crescimento de mais de 90% nos últimos quatro anos. O faturamento deste ano foi quase triplicado no primeiro trimestre, somando US$ 40 milhões.
Problemas enfrentados pela maioria
No entanto, a empresa também tem de lidar com percalços pelo meio do caminho, assim como as demais startups de tecnologia. E esta problematização está atrelada a um alto crescimento, porém, sem gerar tanto lucro. O prejuízo está enraizado na Beyond Meat desde que foi inaugurada em 2009. Contudo, neste ano os danos foram 38% menores comparados ao ano passado, registrando US$ 6,7 milhões.
Além disso, a concorrência do setor tem demonstrado mais força. Entre os nomes que chegam para brigar com a empresa de Ethan Brown está a também americana Impossible Foods. Atualmente, ela realizou uma parceria com o Burger King para criar o “Hambúrguer Impossível”.
Crescimento
Em meio a estes problemas e rivalidades nascem boas notícias. Uma delas é que o mercado de carnes de planta está em alta e cresce cerca de 28% ao ano. A afirmação é do banco suíço UBS, que ainda ressalta que a expansão deste segmento pode atingir US$ 85 bilhões em 2030, ante US$ 5 bilhões em 2018.
De acordo com a Bolsa de Wall Street, há uma expectativa de que a Beyond Meat seja valorizada ainda mais. Além disso, eles estimam que a empresa chegue a um público que ultrapasse os vegetarianos, que equivale a menos de 5% da população nos Estados Unidos.
Sonho de Brown
Atingir um nicho que vai além das pessoas que não consomem mais carne de origem animal sempre foi um sonho de Ethan Brown. Pois, ele queria que seu produto permanecesse na seção de carnes dos mercados.
Segundo dados da Beyond Meat, há uma estimativa de que o segmento de não-vegetariano represente US$ 1,4 trilhão. Portanto, o desejo da empresa é atingir também este nicho. Brown revelou que seu “objetivo interno” no decorrer dos próximos cinco anos é que pelo menos um produto de sua startup tenha um preço mais em conta do que a carne de origem animal.
Fonte: revista EXAME
*Foto: Divulgação