Linhas de crédito do BB serão mais de risco e rentabilidade com o objetivo de manter a lucratividade da operação neste ano
Diante de uma desaceleração no ritmo de crescimento da carteira de crédito prevista para 2022, o presidente do BB (Banco do Brasil), Fausto Ribeiro, declarou que a instituição focará sua atuação neste ano em linhas de maior risco e rentabilidade a fim de manter lucratividade da operação.
Linhas de crédito do BB
Em relação às linhas de crédito do BB, o presidente afirma que o banco deve explorar linhas mais rentáveis, pois “a ideia é investir bastante no não correntista”. E também comentou os resultados da instituição estatal no quarto trimestre e no ano consolidado de 2021.
Nesse sentido, citou o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) Não Consignado e o cartão de crédito entre as linhas. Ambas devem receber um enfoque maior por parte do banco nos próximos meses.
Por outro lado, acrescentou que o controle das despesas administrativas também terá papel importante no trabalho do BB. O intuito é conseguir atingir os objetivos traçados para o ano.
Ambiente macroeconômico
Além disso, o banco prevê que o ambiente macroeconômico esperado à frente, deve levar a um aumento nos níveis de inadimplência. Assim c omo a estratégia de buscar maior rentabilidade em linhas mais arriscadas
É o que revela Ana Paula Teixeira, vice-presidente de controles internos e gestão de riscos.
“Nosso resultado vai estar muito pautado nessa alteração do mix da carteira de crédito. Com isso, esperamos obviamente que, com linhas que vão trazer um maior retorno ajustado ao risco, a gente tenha uma gradual elevação dos índices de inadimplência, mas muito abaixo das médias históricas observadas.”
Índice de inadimplência
Em relação aos pares privados que viram o índice de atrasos crescer durante os últimos meses. Isso inclui o índice de inadimplência acima de 90 dias do BB, que terminou em dezembro passado em 1,75%, uma queda de 0,15 ponto percentual ante igual período de 2020 e de 0,07 ponto em comparação a setembro de 2021.
Lucro líquido
O BB registrou lucro líquido ajustado de R$ 21 bilhões em 2021, um crescimento de 51,4% ante 2020. Para 2022, o banco projeta um lucro líquido ajustado entre R$ 23 bilhões e R$ 26 bilhões.
A carteira de crédito da estatal encerrou dezembro em R$ 874,9 bilhões, um avanço de 17,8% em bases anuais e de 7,4% na comparação trimestral.
Já sobre a linha com os pares privados, o banco projeta para este ano uma desaceleração no ritmo de crescimento da carteira, entre 8% e 12%.
Sobre isso, vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores do BB, José Ricardo Forni, explicou que o “crescimento da carteira é adequado ao cenário que enxergamos para 2022”.
Mas para o analista de mercado da Guide Investimentos, Rodrigo Crespi, o BB foi resiliente em um período de aumento da da inadimplência e estreitamento do crédito.
“O resultado do banco veio além do que esperávamos e acreditamos que também será bem recebido pelo mercado.”
Ações
Na manhã desta terça-feira (15), as ações do Banco do Brasil começaram a sessão em forte alta na Bolsa de Valores brasileira, a B3. Por volta das 10h40, os papéis operavam em alta de 5,55%, negociados a R$ 35,40. No mesmo horário, o Ibovespa avançava 0,33%.
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