Mesmo que o ritmo da recuperação econômica brasileira esteja lento, o banco Itaú BBA prevê um aumento de 13% para o mercado nacional de ações até o fim de 2019. A instituição financeira ressalta que essa baixa na velocidade possa levar a uma revisão inferior nas projeções para a elevação das receitas das companhias em um curto espaço de tempo.
De acordo com o chefe de estratégia de ações para o Brasil do Itaú BBA, Marcos Assumpção, o banco enxerga caminhos principais para esta previsão. Elas seguem por um panorama de juros mais baixos em longo prazo. Porém, pode haver um crescimento acelerado, assim que a reforma da Previdência for aprovada, além de uma forte rotatividade em relação a ações vistas por parte dos investidores de varejo.
Assumpção disse à agência Bloomberg:
“Após a reforma, há agenda quase represada que pode ocorrer rapidamente, como abertura comercial, aumento de produtividade, redução de burocracia e tema de privatizações”.
Reforma da Previdência
Os papéis de empresas brasileiras registraram o primeiro lucro mensal em maio de 2009. Esta época foi marcada por melhores expectativas em torno da reforma da Previdência. E que neste período também era vista como de extrema importância para o Brasil firmar o aumento de sua dívida pública. Uma parte dos investidores e economistas estima que a reforma seja autorizada ainda no terceiro trimestre deste ano pela Câmara dos Deputados.
Assumpção nota que nos últimos tempos, os investidores estão mais confiantes que de que o projeto seja aprovado. Além disso, de acordo com pesquisa da consultoria política Eurasia, a resistência dos parlamentares sobre o tema foi reduzida.
O mês de maio apresentou uma maior adaptabilidade a este cenário. No entanto, os investidores estrangeiros se afastaram da B3. Prova disso é que retiraram no mercado de ações recursos no valor de R$ 4,2 milhões. Com isso, o resultado acumulado do ano ficou negativo em R$ 3,7 milhões.
Sobre esta questão, o chefe de estratégias do Itaú disse que o investidor estrangeiro está esperando o que será decidido sobre a reforma.
Ele ainda ressalta que, no entanto, mesmo após a saída estrangeira do mercado financeiro, está havendo uma compensação vinda pelo investidor local e que é pessoa física. Ele complementa:
“Há vários investidores de varejo procurando ativos com retorno um pouco maior, buscando mais risco para ter mais retorno — e o movimento é reforçado pela emergência de plataformas de investimentos.”
Revisão
Segundo o Itaú BBA, que providenciou recentemente uma análise, foi revisada a previsão sobre o indicador Ibovespa para o fim de 2019. O índice baixaria de 117.000 pontos para 110.000. O motivo para este resultado seria a decepção dos efeitos corporativos durante o período de janeiro a março deste ano. Mesmo assim, a instituição financeira acredita que os ganhos aumentem em 17% para 2019.
Fonte: Bloomberg
*Foto: Divulgação