Com a recuperação econômica estrangeira, continua o rali das bolsas de valores, com otimismo generalizado com expectativa de retomada de setores da economia
A bolsa de valores brasileira permanece em ascensão nesta terça-feira (2). O motivo é que ela acompanha o otimismo internacional com a recuperação das principais economias do mundo. O Ibovespa, principal índice de ações, às 11h10, avançava 1,68% e marcava 90.107 pontos, rumo à nova máxima desde 10 de março, quando encerrou a sessão em 92.214,47 pontos.
O Ibovespa já subiu mais de 45% desde as mínimas do ano, quando atingiu 61.690 pontos. De acordo com o analista da Necton Investimentos, Marcel Zabello, a recuperação econômica e a maior disponibilidade de dados atrelados ao impacto da Covid-19 na economia são os principais gatilhos para esta alta.
Recuperação econômica no Brasil
Apesar de muitos economistas dizerem que a recuperação econômica acontecerá de forma mais lenta, o mercado projeta uma retomada mais acelerada, pelo menos na bolsa, afirma Zabello:
“Quando olha para os Estados Unidos, nossa bolsa está para trás. Teoricamente, tem até mais espaço para subir.”
Os investidores também estão atentos aos estímulos por parte dos governos e bancos centrais. Segundo jornal alemão Bild AM Sonntag, a Alemanha prepara um novo pacote econômico de até 80 bilhões de euros a fim de acelerar a economia, diz William Teixeira, diretor de renda variável da Messem Investimentos, em entrevista à Revista EXAME:
“Não são todos países que têm bala para isso. Mas talvez ajude a retomar a atividade econômica um pouco mais rápido.”
Ele diz também que a valorização de ativos de maior participação no Ibovespa pode estimular ainda mais a alta do índice:
“As principais ações do Ibovespa ainda não andaram, como Petrobras e os bancos. Ainda tem como ganhar bastante pontos com eles.”
Guerra comercial
Por outro lado, ainda existe as tensões da guerra comercial entre China e Estados Unidos, como ressalta Zambello:
“A guerra comercial atrapalha o cenário. Mas o rali está ignorando isso.”
Na semana passada, o presidente americano Donald Trump anunciou retaliações à China em resposta à tentativa do governo chinês de ter maior controle sobre Hong Kong por meio da lei de segurança nacional. O país asiático prometeu contra-atacar.
Segundo informação de ontem (1º) da Bloomberg, a China tinha interrompido as importações de produtos agrícolas americanos, incluindo a soja, que integrava parte da primeira etapa do acordo comercial. Mas, nesta terça, o Global Times anunciou que carregamentos de soja americana continuam entrando na China.
Já no Brasil, as ações de companhias fortemente afetadas pelos impactos econômicos da Covid-19 lideram as altas da sessão. Na ponta do índice, os títulos de agência de turismo avançavam mais de 9%; e as empresas de ensino Yduqs e Cogna subiram 6,8% e 7,8%, respectivamente.
Fonte: Revista EXAME
*Foto: Divulgação