Durante o mês de outubro, as vendas no varejo brasileiro mantiveram um rumo de crescimento dos últimos meses, com expansão de 0,1% em relação ao mês de setembro. As informações foram prestadas pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), e anunciada na última quarta-feira (11) pelo IBGE. Com isso, este foi o sexto mês seguido de alta no indicador.
Varejo – comparação em um ano
No comparativo da mesma época do ano passado, as vendas no varejo ascenderam 4,6%. Já nos primeiros dez meses de 2019, o indicador acumulou crescimento de 1,6%. Em 12 meses, a alta é de 1,8%.
Das oito atividades estudadas, seis delas registraram altas. O principal setor em ascensão foi o de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, com crescimento de 5,3%.
Já o comércio de combustíveis e lubrificantes expandiu 1,7% no mesmo período. No entanto, o setor de varejo, como hipermercado, bebidas e produtos alimentícios, depois de avançar 4,0% de maio a setembro, apresentou variação perto da estabilidade, com -0,1%.
Dados do IBGE
A alta de 0,1% em outubro, mesmo que indique para uma redução do ritmo de avanço do setor neste ano, ainda sim foi o melhor resultado para o mês de outubro desde 2014, no comparativo com o mesmo período de 2018, revela o IBGE.
Os analistas do IBGE mostraram-se surpresos com o resultado, em função do comportamento do consumidor em esperar para gastar nas ofertas da Black Friday, no mês passado.
Em relação às vendas no varejo restrito, que não insere veículos e matérias de construção, ainda estão 4,4% abaixo do ponto mais alto de atividade econômica, atingido em outubro de 2014.
Varejo encerra o ano melhor posicionado
Na opinião de Isabella Nunes, gerente de pesquisa, o varejo está fechando 2019 melhor do que começou, com uma melhora no mercado de trabalho, mesmo diante da informalidade, e também na massa de rendimentos. Ela também declarou ao jornal O Globo:
“A liberação do FGTS e a inflação controlada também impulsionaram as vendas. Além disso, houve um aumento na concessão de crédito para pessoa física, o que estimula a aquisição de bens duráveis.”
Já o economista-chefe Alberto Ramos destacou em um relatório enviado na manhã do dia 11, que o Goldman Sachs indicou que perspectivas para o consumo privado e as vendas no varejo são positivas:
“No futuro, o setor de varejo deve ser apoiado pelo ambiente de inflação baixa (que está sustentando a renda dos salários reais), crescimento do emprego, fluxos de crédito mais firmes e taxas de empréstimos em declínio.”
Em contrapartida, o economista avisa que a lenta recuperação e o atual índice de desemprego, e ainda a fraca confiança do consumidor, podem balizar o dinamismo do consumo privado e, consequentemente, do comércio no varejo.
Varejo em expansão
Em termos de varejo ampliado, a análise da pesquisa leva em consideração a comercialização de veículos e materiais de construção, em que o volume de vendas aumentou em 0,8 % em outubro, em comparação ao mês anterior. Seu resultado positivo foi incentivado pelo crescimento das vendas de veículos e peças (2,4%) e de materiais de construção (2,1%).
Em relação ao comparativo com o mês de outubro do ano passado, o volume de vendas do varejo ampliado registrou aumento de 5,6%. O indicador, portanto, acumula alta de 3,8% no ano e também de 3,8% nos últimos 12 meses.
Mesmo assim, as vendas no varejo aplicado ainda refletem 6,9% abaixo do ponto do recorde de atividade econômica, atingido em agosto de 2012.
Fonte: O Globo
*Foto: Divulgação