A medida que ajudaria a movimentar a economia, seria adotada depois da aprovação da reforma da previdência, segundo o ministro Paulo Guedes
De acordo com comunicado do ministro Paulo Guedes no fim de maio, o Ministério da Economia analisa liberar recurso de contas ativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para movimentar a economia brasileira. O acesso seria aos que possuem atualmente contratos ativos.
Decisão similar aconteceu em 2016, pelo governo Temer, que liberou o saque de contas inativas, também na intenção de impulsionar o mercado.
Guedes disse:
“Vamos liberar PIS/Pasep, FGTS, assim que saírem as reformas”
Sobre as contas, ele concluiu:
“Inativas e ativas. Cada equipe está examinando isso. Nós não batemos o martelo ainda, mas todas as equipes estão examinando isso.”
PIS/Pasep
Ao liberar o PIS/Pasep, cerca de R$ 10 bilhões seriam distribuídos diretamente à economia do país. Com isso, a situação do PIB (Produto Interno Bruto) melhoraria. Pois, no primeiro trimestre deste ano, ele contraiu 0,2% ante o quarto trimestre de 2018. O saldo é o primeiro recuo em dois anos seguidos de recuperação da atividade.
Caso sejam liberados, os saques de contas ativas e inativas poderão chegar a R$ 20 bilhões, segundo estimativas do Ministério da Economia. As probabilidades de retirada estão sendo estudadas por analistas. Essa importância seria adicionada aos R$ 21 bilhões em saldo do PIS/Pasep, e assim serem liberados aos beneficiários.
Segundo os técnicos, em relação ao PIS, dificilmente este valor seria destinado à movimentação da economia. Pois, 30% desse montante seriam repassados às pessoas com mais de 70 anos e que em muitos casos já faleceram, e os herdeiros não vão atrás desse dinheiro, talvez por falta de conhecimento ou outros empecilhos.
Divulgação
Guedes afirmou que os anúncios para saque devem sair na mídia nas próximas semanas.
O ministro ressaltou que o governo possa ajudar no que for necessário para que os beneficiários não deixem de sacar o dinheiro das contas inativas. Em 2017, a retirada dessas contas reuniram R$ 44 bilhões.
Preocupação do governo
Internamente, o saque do montante do FGTS preocupa o governo em decorrência dos efeitos ligados à construção civil. No mês passado, Carlos da Costa, secretário de produtividade do Ministério da Economia, já havia demonstrado temer que essa liberação de recursos possa prejudicar o financiamento do setor civil no ano que vem.
A equipe econômica analisa uma promessa de campanha de Jair Bolsonaro em relação a aprimorar o rendimento das contas do FGTS. O intuito é chegar a uma correção acima da inflação.
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