Flexibilidade de jornada ajuda na saúde mental dos colaboradores de uma empresa, apesar de ainda não ser amplamente disponibilizado, afirma pesquisa do Great Place To Work
De acordo com a pesquisa Employee Experience (termo em inglês para “experiência do funcionário”) do Great Place To Work (GPTW), 75,3% das empresas já oferecem algum tipo de flexibilidade aos colaboradores. Entre as possibilidades, destacam-se o home office (68,4%), o trabalho híbrido (64,3%) e a carga horária flexível (51,7%). A iniciativa ainda está em teste no Brasil. Porém, a jornada semanal de 4 dias (1,9%) foi a menos citada.
Flexibilidade de jornada no Brasil
Contudo, em relação à flexibilidade de jornada envolve a adoção de benefícios para a saúde mental. Neste caso:
- 22,5% das empresas afirmaram ter algum tipo de terapia online;
- 21,7% disseram oferecer acompanhamento psicológico na empresa; 12,2% outros tipos de benefícios voltados para a saúde mental e;
- 8,4% têm um dia dedicado ao cuidado nesse sentido.
Segundo Daniela Diniz, Diretora de conteúdo e relações institucionais da Great Place To Work:
“Os dados demonstram que existe um aumento da conscientização das empresas sobre a necessidade de criar uma experiência positiva para os colaboradores em todas as etapas da jornada, mas ainda existem lacunas que devem ser preenchidas. Além da flexibilidade conquistada pós-pandemia, as empresas têm se mostrado mais abertas a ampliar benefícios para engajar e manter talentos.”
Saúde financeira
Em contrapartida, também há benefícios voltados à saúde financeira. Isso envolve consultoria financeira (8,5%) e salário sob demanda (3,9%). Mas ainda estão sendo pouco usados. Todavia, 32,8% das empresas já oferecem apoio na educação e gestão financeira, com palestras, webinars e conteúdos sobre o tema.
Benefícios mais oferecidos
Entre os benefícios mais oferecidos pelas empresas estão:
- plano de saúde (85%);
- plano odontológico (72,9%);
- licença maternidade (51,3%);
- participação nos lucros (50,5%) e;
- convênios/parcerias com academias e estúdios de atividade física (44,9%).
Já entre as ferramentas relacionadas ao desenvolvimento dos talentos, estão os recursos de educação em plataformas de aprendizagem virtual (56,1%), bolsas de estudo para pós-graduação (36,6%), graduação (35,3%), cursos de idiomas (34,1%) e universidade corporativa (23%).
Flexibilidade na cultura corporativa
A maioria dos colaboradores (51,5%) afirmou que não podem expressar sua identidade de forma totalmente livre. Dos entrevistados, 21,9% disseram que há algum tipo de restrição que os inibe de algum modo, sendo que 16,1% disseram ser necessário seguir políticas de dress code. E isso poderia resultar em uma redução do engajamento e até mesmo afetar a saúde emocional das pessoas que não se sentem acolhidas pelas políticas empresariais.
Comunicação de novidades
Por outro lado, a pesquisa também considerou a comunicação de novidades entre os colaboradores, como mudanças na estratégia e outras informações relevantes da empresa. Já as ferramentas institucionais, como WhatsApp e rede social corporativa (68,4%), foram as mais citadas, seguidas das reuniões periódicas (55,2%) e da intranet (44,5%). Por outro lado, 28,3% atribuíram essa responsabilidade à liderança.
Metodologia de pesquisa
Confira abaixo como foi a pesquisa:
- Foram 1.248 respondentes na primeira parte da pesquisa e 1.056 na segunda, totalizando 2.304 pessoas participantes;
- Os 5 segmentos com maior participação na pesquisa, representando mais de 60% são: 26% da área de tecnologia, 13,2% da indústria, 10,1% serviços, 6,1% de saúde e 6,1% outros. Dentre as pessoas respondentes, 52,8% trabalham em empresas certificadas GPTW e 47,2% ainda não. Além disso, 60,6% das pessoas atuam no setor de Recursos Humanos;
- A metodologia GPTW vem buscando cada vez mais olhar para as práticas de diversidade de inclusão, reconhecendo as melhores empresas nesse sentido.
*Foto: Reprodução