Empresas sem conta jurídica utilizam outros meios de pagamento, e atualmente responde por 30% do PIB nacional
Atualmente, os pequenos negócios movimentam em torno de R$ 420 bilhões ao ano, segundo dados do Sebrae. O montante representa 30% do PIB nacional. Além disso, com base no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), o Brasil deve ter pelo menos 2.300 novas PMEs abertas a cada dia. No entanto, apesar do número expressivo, opera sem conta bancária para Pessoa Jurídica (PJ), o que acarreta em desafios para manter operações financeiras em funcionamento.
Empresas sem conta jurídica
Neste caso, as empresas sem conta jurídica chegam a 28%. Já entre microindústrias a porcentagem é de 33%. É o que mostra a pesquisa Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria. O levantamento indica ainda que a cidade de São Paulo possui a maior taxa de empresas informais, com um terço operando sem conta PJ.
Dificuldades econômicas
Especialistas da área apontam que há uma descanbarização da economia, o que cria dificuldades e questões burocráticas enfrentadas por esses negócios.
Aberturas de pequenas empresas
Por outro lado, há a questão da dificuldade das PMEs em abrirem contas PJ, em razão de uma série de documentos e de seus históricos financeiros. Há também as taxas elevadas vinculadas às contas bancárias, que geram um grande fardo aos pequenos negócios.
Datafolha
De acordo com pesquisa do Datafolha, 69% das companhias desbancarizadas faturam, em média, R$ 15 mil por mês. Todavia, ainda existe a preocupação da probabilidade de fechamento no curto prazo: 72% apresentam maior risco de fechamento em comparação com as que possuem contas de pessoas jurídicas.
Sendo assim, a falta de uma conta bancária formal pode impactar negativamente a capacidade das empresas de acessar crédito, realizar transações comerciais e ampliar suas operações de modo estruturado.
Alternativas
Apesar de todos esses desafios listados acima, existem outros meios de pagamento dentro das empresas desbancarizadas. Neste caso, 87% utilizam contas particulares – pessoa física – para movimentar recursos da empresa. No entanto, tal prática pode gerar confusão entre finanças pessoais e empresariais.
Entre as soluções, estão: contas digitais e cartões pré-pagos, oferecidos por fintechs, e que também se estendem às PMEs, uma vez que o número de fintechs quadruplicou nos últimos seis anos na América Latina. A maioria, 57%, tem como alvo a população desbancarizada. É o que aponta o relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Finnovista.
Conclusão
Embora pequenas e médias empresas brasileiras operem sem conta bancária de pessoa jurídica, a partir da introdução de soluções digitais, este cenário está mudando. Isso porque há uma maior busca por inclusão financeira, bem como simplificar processos burocráticos que são fundamentais para apoiar o crescimento sustentável desses negócios no Brasil.
*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/feche-a-mao-segurando-o-cartao-de-credito_21927501.htm#fromView=search&page=1&position=6&uuid=263cafaf-001b-4226-83ec-cb5b7dab6603