Empreendedores negros enfrentam desafios: Saiba quais são eles

Empreendedores negros ainda não têm acesso a crédito e formalização, revela estudo do Sebrae; confira

Atualmente, os negros correspondem a 51% dos empreendedores. É o que afirma o boletim Empreendedorismo Negro no Brasil: Superando Desafios e Construindo o Futuro, do SEBRAE, que recebe ainda mais destaque por conta do Novembro Negro, período dedicado à valorização da cultura e da luta da população negra.

Empreendedores negros

Por outro lado, os empreendedores negros ainda enfrentam grandes desafios. Entre os quais, podemos destacar a desigualdade de renda, as dificuldades no acesso ao crédito e a informalidade, que limitam o potencial de crescimento desses negócios.

O boletim sobre empreendedorismo também revela que a maioria dos empresários negros é formada por mulheres, o que corresponde a 52% desse grupo. Contudo, essas mulheres enfrentam uma diferença de renda considerável em relação às mulheres brancas, o que agrava os desafios financeiros.

Fortalecimento comunitário

Todavia, há um exemplo de fortalecimento da comunidade negra. Trata-se da Afrocentrados Colab, loja colaborativa fundada por Cynthia Paixão em Salvador. O local apoia mais de 100 microempreendedores negros, promovendo um ambiente para divulgar seus produtos e fortalecer seus negócios.

Para ela, o empreendedorismo negro vai além do fortalecimento econômico. Isso porque é uma tentativa de empoderar pessoas que tiveram menos oportunidades. Sendo assim, o espaço de vendas da Afrocentrados oferece cursos de capacitação para qualificação e desenvolvimento dos empreendedores.

Localizada em um dos principais shoppings de Salvador, o Bela Vista, a Afrocentrados Colab apoia diversas marcas, como Calundives, Daêne, Millafrik, Mais Linda Afro, Ebó Arts, Modash e Camila Loren. Portanto, a Afrocentrados não é apenas um negócio, e sim uma iniciativa para fortalecer a comunidade local.

Diferenças de renda e desafios para mulheres negras

O estudo A Força do Empreendedorismo Feminino do SEBRAE também aborda a diferença de renda entre mulheres negras e brancas. Enquanto isso, as mulheres negras possuem uma renda média de R$ 1.539, as mulheres brancas recebem, em média, R$ 2.035, indicando uma disparidade considerável.

Além disso, as mulheres negras enfrentam outros desafios associados ao tempo dedicado ao trabalho. Neste caso, elas dedicam aproximadamente 17% menos horas aos seus negócios, uma vez que acumulam, em média, 10,5 horas a mais por semana com afazeres domésticos e cuidados com os filhos em comparação aos homens.

Identidade e a independência

Para Cynthia, o empreendedorismo é uma maneira de autonomia e afirmação de identidade. Em suma, empreender é um meio de juntar forças e buscar um crescimento tanto individual quanto coletivo. Apesar de não ser fácil ser uma mulher preta empreendedora, também pode ser bastante recompensador.

Black Money Por fim, o empreendedorismo negro, ao se unir a movimentos como o Black Money, consegue promover o fortalecimento da identidade e a ocupação de espaços de destaque.

Fonte: Foto de freepik na Freepik