Após sofrer queda de mais de 1% na sessão anterior, pontuada por altos riscos no mundo todo, o dólar era ajustado e passava a subir ante o real, com os investidores atentos também à ata do Copom anunciada na última terça-feira (17).
Na manhã deste dia, o dólar avançou 0,29%, a R$ 4,0729 na venda. Já o dólar futuro de maior liquidez subia 0,31%, a R$ 4,0765.
O operador da Commcor, Cleber Alessie Machado, afirma que o pior desempenho do real nesta sessão na verdade é somente um ajuste depois da acentuada desvalorização do dia anterior. Em declaração à revista Exame, ele explicou:
“É natural que o movimento dê alguma acomodada. É normal ter uma queda expressiva, como a que vimos ontem, acompanhada por alguma correção.”
Além disso, outras divisões que sofrem também em momentos de maior incerteza corrigiam para baixo na sessão de terça, como o dólar australiano, lira turca, dólar neozelandês e dólar canadense.
Dólar em baixa
No dia anterior (16), o dólar encerrou em queda de 1,15%, a R$ 4,0613 na venda, no menor patamar para um fechamento desde 5 de novembro, evidenciado um desejo de risco influenciado pelo arrefecimento das tensões comerciais globais na semana passada e também por índices melhores da China. Um número de moedas emergentes bateu o maior patamar desde julho.
Os conflitos entre Estados Unidos e China, que perdurou mais de um ano, agora amenizaram sua guerra comercial no dia 13 de dezembro, anunciando a “fase um”, que consiste em um acordo que diminui algumas taxas dos EUA em troca do crescimento das compras chinesas de produtos agrícolas norte-americanos.
Todavia, Machado alerta:
“agora carecemos de detalhes sobre a data e o local de assinatura e detalhes sobre o próprio acordo. O mercado gostaria de ter isso carimbado, e, enquanto isso não acontecer, o real pode perder um pouco de fôlego.”
Moeda real brasileira
A probabilidade de haver novos cortes de juros em território brasileiro também socorria o ajuste de alta do dólar ante o real na sessão do dia 17. Na ocasião, o Banco Central anunciou a ata da última reunião de política monetária, que aconteceu na semana passada, quando teve corte de 0,50 ponto percentual da Selic, para nova mínima histórica de 4,50%.
Sobre isso, o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco disse em nota a clientes:
“Avaliamos que o Copom efetuará um corte adicional na próxima reunião se o cenário base de dissipação do choque e de retomada gradual da economia se confirmarem no início do próximo ano.”
Já os juros mais baixos diminuem a atratividade da renda fixa nacional aos olhos dos estrangeiros, o que pode impactar em menor fluxo cambial e, consequentemente, menor oferta de dólares.
Juros mais baixos reduzem a atratividade da renda fixa brasileira aos olhos dos estrangeiros o que pode implicar menos fluxo cambial e, assim, menor oferta de dólares.
Fonte: Forbes Brasil
*Foto: Reprodução / Agência Brasil