Para Afonso Rocha, especialista do Sebrae, o importante agora é que pequenos negócios não pensem em lucro, e sim focar na sobrevivência deles
Diante da pandemia de coronavírus em todo o país, prefeitos de todos os municípios têm tomados medidas específicas. É o caso do prefeito de Belo Horizonte (MG), Alexandre Kalil (PSD), que decidiu pelo fechamento de diversos ramos de atividade que possuem estabelecimentos comerciais, na intenção de conter o avanço de contágio da doença. Porém, fica a dúvida agora de como irão sobreviver pequenos negócios durante o período de quarentena decretado no Brasil, de acordo com ações de cada região.
Quais são os pequenos negócios mais impactados pela quarentena
Segundo um mapeamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os setores da economia mais afetados são a alimentação fora de casa, construção civil e varejo tradicional. Já os segmentos de logística, transporte, tecnologia e de serviços educacionais também estão atentos a este impacto.
Para Afonso Rocha, superintendente da unidade Minas Gerais do Sebrae, os pequenos negócios necessitam de um planejamento com a finalidade de abrandar os efeitos de uma crise que não tem data para acabar:
“O maior desafio neste momento é falar de planejamento e, obviamente, qualquer tipo de planejamento requer traçar cenários. E você traçar cenário em um momento de tamanha instabilidade e incerteza é um negócio complicado.”
Ele ainda ressalta que o isolamento social e, consequentemente, a restrição de pessoas nas ruas onde há grande comércio será o principal desafio enfrentado pelos lojistas, especialmente os do segmento alimentício e varejo tradicional. Além disso, também é um momento para se reciclar e pensando nisso, a maior franqueadora do McDonald’s no Brasil, a Arcos Dorados, está promovendo cursos online em tempos de coronavírus voltados a pequenos negócios do ramo alimentício.
Ainda sobre os estabelecimentos fechados, ele ressalta:
“O cliente está com medo de sair de casa e, com isso, não está indo a loja. Então, mesmo que (o empresário) mantenha a loja a aberta, não vai ter a frequência necessária para consumir.”
O nicho de empreendedorismo precisa ter em mente que no atual cenário o mais importante é manter sua empresa aberta e não pensar no lucro:
“Não é o momento de se falar em lucro. O empresário agora tem que pensar muito na sobrevivência do negócio. É difícil falar para as pessoas nessas horas, mas tem que manter a calma e ser racional. Tudo passa. Então, se tudo passa, essa crise também vai passar.”
Dicas para manter seu negócio aberto durante a pandemia de coronavírus
Diante de um período de recessão econômica sem prazo para terminar, os donos de pequenos negócios precisarão se reinventar a cada dia e, pensando nisso, o jornal local O Tempo solicitou a Afonso Rocha que elaborasse cinco dicas de como os empreendedores podem sobreviver a esta pandemia. Confira a lista abaixo:
Como usar as redes sociais a seu favor
A primeira dica do especialista do Sebrae diz respeito às redes sociais. Hoje em dia, qualquer empresa precisa se preocupar em criar seus perfis nas principais mídias sociais, como o Instagram e o Facebook. Esta é uma forma inteligente e econômica de manter pequenos negócios funcionando durante a pandemia da Covid-19, divulgando seus serviços e produtos.
Vendas online
Caso sua empresa não possua ainda serviços de vendas online, chegou o momento oportuno para tornar isso uma realidade. Porém, estude qual tipo de plataforma atende melhor o seu tipo de negócio.
Previsão de gastos
Na rotina diária de pequenos negócios é bastante importante planejar os custos e tê-los bem alinhados e apontados na intenção de precificar e de estipular a margem de lucro e saber em que setores da empresa pode haver cortes de recursos.
Pagamento a fornecedores
Muitas companhias estão em dívida com seus fornecedores e estes também estão preocupados com a falta de pagamento. Porém, este é um período para pode ter uma renegociação dessas dívidas e entrarem num acordo.
Equipes devem ser preservadas
Por fim, Rocha fala sobre a questão da demissão. De seu ponto de vista, ela pode ser uma alternativa. No entanto, ela não pode fazer parte do primeiro momento da crise, já que ela vai passar e as empresas precisarão desses trabalhadores já treinados para a retomada dos negócios.
Fonte: jornal O Tempo
*Foto: Divulgação