Mesmo que a bolsa brasileira não esteja no patamar de antes, os analistas continuam confiantes de que haverá uma alta até o fim deste ano, no Ibovespa. Portanto, o mercado não descarta novos recordes, logo depois do recorde histórico de 106 mil pontos, ocorrido em 10 de julho.
Marcha ré do Ibovespa
No entanto, passado este período, o índice do Ibovespa andou para trás. Até deu sinais de que se recuperaria em agosto, porém, em decorrência de fatores do exterior este feito não se concretizou e ainda ocasionou uma queda de 95 mil pontos, no fim do mesmo mês. Em setembro, a B3 andou na casa dos 5 mil pontos abaixo do pico.
Estimativas das instituições financeiras do país
Para o final de 2019, o Bradesco BBI projetou o Ibovespa a 122 mil pontos, assim como já havia projetado o Itaú BBA, no primeiro semestre. Já para a XP Investimentos, o indicador da B3 pode chegar até os 140 mil pontos até o final do ano que vem. Além disse, teve analista de gestão que ousou declarar que a bolsa nacional pode atingir os 200 mil pontos até o fim de 2022.
No entanto, não foi divulgado por nenhum banco ou corretoras consultadas pela revista EXAME uma revisão de suas projeções para o mercado acionário para o fim de 2019. Ao contrário, e inclusive a XP ressaltou no fim de agosto que a expectativa de um Ibovespa na casa dos 115 mil pontos até o final deste ano, apesar de sua piora em função do panorama internacional, deve ser o “melhor ativo” que alcançará.
O otimismo tomou conta da corretora Mirae Asset, que projeta em 124 mil pontos o índice do Ibovespa para o fim do ano e de 150 mil para o final de 2020. Segundo o diretor da empresa, Pablo Spyer, afirmou à EXAME:
“Só metade da reforma da Previdência está precificada. A parte dos brasileiros já comprou a ideia da aprovação, mas os estrangeiros ainda não acreditam nisso e vão precificar quando ela for aprovada”.
Tensões em outros países
No entanto, Karel Luketic, estrategista-chefe da XP, reconheceu em seu ultimo relatório que o cenário econômico se modificou. Em parte isso se deve a tensão gerada entre China e Estados Unidos, além da crise na Argentina e as incertezas sobre o Brexit, que refletem no mercado financeiro brasileiro.
Mesmo assim, Luketic disse que as coisas caminham numa direção positiva para o cenário doméstico.
“O caminho está se provando tortuoso, mas continuamos construtivos para o Brasil”.
Desafios que o Ibovespa gera
A XP encara este panorama como sendo um desafio em que o Brasil não vai crescer tanto quanto era esperado. Pois, com o dólar nas alturas e uma pressão da inflação, os juros podem não baixar no ritmo estimado como em seu início.
Em contrapartida, o estrategista-chefe menciona ainda as reformas como sendo algo promissor, em relação à tributária e micro reformas, como as privatizações e marcos regulatórios, ao lado da Previdência. E acrescenta:
“Esperamos uma aceleração do crescimento e um cenário no qual os juros devem continuar baixos por mais tempo”, afirmou Luketic como justificativa para a previsão de 115 mil pontos. “O lucro das empresas deve acelerar e a percepção de risco deve diminuir à medida que a agenda de reformas avança”.
Risco e retorno
Já a relação entre risco e retorno se apresentou como favorável no Ibovespa, no mês de setembro.
Fonte: revista EXAME
*Foto: Divulgação