Nesta semana foi divulgada a Intenção de Consumo das Famílias (ICF). Seu cálculo é realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Sendo assim, houve um avanço de 1,2% neste mês, ante novembro, para 72,1 pontos. Este foi o quarto crescimento seguido do ICF e o maior resultado desde maior de 2020, com 81,7 pontos. Ocasião do auge da crise gerada pela pandemia de Covid-19. Mesmo com a recuperação da economia, este foi o pior mês de dezembro da série histórica, afirma a CNC.
Já em relação a dezembro do ano passado, o ICF registrou retração de 25,1%. Ou seja, a nova redução nesta base de comparação. Além disso, o índice permaneceu abaixo do nível de satisfação (100 pontos), o que vem ocorrendo desde abril de 2015 (102,9 pontos).
Para a economista da CNC, Catarina Carneiro, em nota oficial:
“Os resultados do ICF mostram que as famílias reforçaram sua confiança na recuperação econômica. Essa melhora nos indicadores de curto prazo já está influenciando as expectativas de longo prazo, tanto que a Perspectiva Profissional para o próximo semestre apresentou o maior crescimento no mês.”
Faixa renda
Todavia, na análise de faixa por renda, as famílias com recursos acima de dez salários mínimos revelaram nível de insatisfação de 82,6 pontos, com aumento mensal de 1,4% e queda anual de 26,2%.
Em contrapartida, para as famílias com renda abaixo de dez salários mínimos, o indicador atingiu 70,1 pontos, o que corresponde à insatisfação. Por fim, neste mês houve avanço de 1,2% na confiança nessa faixa de renda, enquanto na comparação anual houve recuo de 24,8%.
Vale ressaltar que o mês de novembro foi marcado por uma maior inflação para as famílias de baixa renda.
Satisfação dos brasileiros
Contudo, o subíndice que mede a satisfação dos brasileiros em relação ao emprego atual teve um crescimento mensal de 0,6%, o quarto consecutivo. Porém, mesmo com este avanço, o patamar alcançado foi de 88,1 pontos. O resultado disso é que as famílias continuam insatisfeitas neste quesito.
Perspectiva Profissional negativa
Por outro lado, a maior parcela das famílias (52,2%) revelou uma Perspectiva Profissional negativa em dezembro de 2020. Todavia, o percentual de famílias com perspectiva positiva em relação ao futuro do mercado de trabalho (39,1%) foi o mais alto desde maio. O item ainda registrou variação positiva de 3% em dezembro de 2020, a quinta seguida, e foi também o de maior crescimento do mês.
Nível de Consumo Atual
A maior parte das famílias considerou que em dezembro deste ano, o Nível de Consumo Atual foi menor do que em 2019, com 59,2%. E a parcela das famílias que afirmou que houve aumento em seu consumo (14,2%) atingiu o maior porcentual desde maio (15 4%).
No quesito compra de duráveis, a pesquisa revelou a segunda queda consecutiva (-0,2%), a única do mês. Esta foi a queda mais significativa dentre os itens no mês na comparação anual (-41,0%). Sendo assim, o indicador atingiu o nível de 43,6 pontos, o menor subíndice da pesquisa no mês.
Intenção de consumo menor nos próximos três meses
Por fim, a maior parte das famílias (55,7%) acredita que sua intenção de consumo será menor nos próximos três meses. Contudo, o percentual das famílias que pretendem consumir mais aumentou (23,1%), alcançando a maior proporção desde maio de 2020 (26,5%). E o subíndice registrou crescimento mensal de +1,0%, o segundo consecutivo. Em nota, a CNC concluiu:
“A recuperação da expectativa de consumir em dezembro demonstra que as melhoras nas percepções em relação às condições de consumo estão incentivando as famílias a ficarem mais confiantes em relação ao seu poder de compra futuro.”
*Foto: Divulgação