Plataforma de chá de bebê cresce 20 vezes mais com período de isolamento social, vendo demanda se multiplicar de modo repentino
A startup de EuNeném foi uma das formas de empreendedorismo desafiadas pela pandemia do novo coronavírus no país. A empresa focada em chá de bebê tem agora a difícil missão de gerenciar o aumento de 20 vezes, ou 2.000%, no fluxo de transações mensais.
Chá de bebê na pandemia
A plataforma de chá de bebê online possibilita às futuras mamães receber presentes que não dependem de festas e que não precisem ser entregues pessoalmente. Eles enxergaram um saldo que pode ser gasto no que essas grávidas mais querem e necessitam neste momento.
Apesar do efeito positivo no negócio em meio a empresas que tiveram que fechar suas portas, o crescimento traz grandes desafios também. O principal deles é estabelecer modos de crescer o suficiente para explorar o mercado, porém, sem exagerar o que espera a startup no cenário pós-pandemia.
Presentes em forma de dinheiro
A EuNeném foi criada em 2015 com o propósito de otimizar a entrega de presentes para as grávidas. A plataforma possibilita que os convidados colaborem com o valor de determinados produtos, como fraldas ou peças de roupa. No entanto, as mães recebem um saldo em dinheiro que pode ser transferido para suas contas e utilizado como quiserem.
De acordo com o CEO da empresa, Ricardo Basques, muitas das gestantes utilizam a soma para comprar produtos mais caros, como berços e carrinhos de bebê, ou ainda como uma reserva financeira. No entanto, o simbolismo dos presentes ajuda a manter tradições e a tornar o processo mais atraente, reforça Ricardo à revista Pequenas Empresas Grandes Negócios:
“Quando colocamos um elemento lúdico e intermediário, melhoramos a experiência para quem dá e para quem recebe o presente.”
Antes da quarentena, muitas grávidas utilizavam a plataforma para complementar o chá de bebê presencial. Mas com o período de isolamento social acarretou em cancelamento dos eventos e a migração da empresa para o online. Atualmente, segundo Basques, é comum usar a ferramenta para receber os presentes e marcar uma data para interagir com os convidados por videochamada.
Ele afirma que pensaram em criar uma função para esta finalidade, mas notaram que elas estão encontrando soluções em plataformas já existentes no mercado.
Portanto, a startup de chá de bebê tem focado seus esforços em mapear outras formas de complementar a experiência da plataforma, entre as quais: liberar funções que antes eram pagas, como a criação de um convite virtual personalizado para os convidados.
Crescimento em meio à pandemia
A startup EuNeném, de uma média de 1 mil transações por mês, passou a registrar em torno de 20 mil. as quantias arrecadadas pelas mães variam muito: desde as que recebem R$ 60 em presentes até as que arrecadam R$ 15 mil, revela o fundador:
“As mães também têm conseguido ganhar mais presentes. Amigos e familiares estão mais dispostos a presentear online.”
Com o crescimento e mudanças de comportamento do público em virtude da quarentena, a empresa precisou se adaptar. Desde o começo da pandemia, a equipe da empresa passou de seis para 10 funcionários, e a previsão é de chegar a 12 ou 14 em breve. Não é simples contratar alguém à distância, conta Basques, mas o momento traz vantagens:
“Consegui ampliar a equipe com pessoas que não eram de Belo Horizonte. Tive que aprender a fazer isso, mas acho que veio para ficar.”
Além disso, outro desafio encontrado pela empresa é equilibrar o crescimento atual às expectativas futuras. Com o retorno das reuniões presenciais, a tendência é que a procura pelo chá de bebê caia. Basques estima que o processo de queda ainda demore em torno de seis meses, mas afirma que levará isso em conta na definição dos planos da startup.
Ele pretende manter crescimento de quase 10 vezes em relação ao patamar anterior, ou seja, de 10 mil transações por mês. Basques não revela o faturamento da EuNeném, mas afirma que a plataforma hoje transaciona alguns milhões de reais por mês. A previsão é de encerrar 2020 faturando 10 vezes mais do que em 2019.
Por fim, a startup de chá de bebê tem planos de entrar no mercado financeiro, ficando perto das fintechs:
“O mundo das empresas que tem produtos digitais mudou por completo. Vamos ter que reaprender esse jogo.”
Fonte: Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios
*Foto: Divulgação