Com ações triplicadas, vendas de ativos da Oi é dificultada

Empresa de telefonia carioca Oi segue enfrentando alta volatilidade de seus ativos na bolsa brasileira

Com o avanço das conversas para ter uma renovação da Lei Geral de Telecomunicações (LGT), e que também inclui uma possível intervenção do governo, baseado em notícias de dias atrás, além de rumores de um fatiamento de suas operações, a companhia de telefonia carioca Oi vem enfrentando problemas. O cenário atual diz respeito à movimentação financeira das ações da empresa, que é a maior concessionária desse setor no Brasil, fazendo com que sua atuação na bolsa nacional, a B3, mais que triplicasse, durante o mês de agosto.

Telefonia Oi e a bolsa de valores

Toda esta movimentação motivou até uma solicitação de que a Oi esclarecesse o caso para a superintendência de supervisão da B3. E segundo fontes, isso gerou um entrave no processo de venda dos ativos da companhia de telefonia. 

Segundo noticiou a coluna do jornalista Ancelmo Goes, do jornal O Globo, chegou a ser aprovado um financiamento internacional para viabilizar a negociação de 25% dos papéis que a empresa carioca possui na companhia Unitel, de Angola. Este fator pode trazer à Oi um reforço no valor de R$ 3 bilhões. Até que a crise seja resolvida, tais recursos são considerados essenciais para que a empresa siga com suas operações.

Possibilidades

Uma das soluções encontradas, de acordo com fontes, seria vender a empresa em fatias, que já teriam interessados no negócio. Entre eles, o empresário Ricardo Knoepfelmacher, da RK Partners, mais conhecido como Ricardo K, que estuda arrematar 100% da Oi.

Manifestação similar também partiu das concorrentes do setor de telefonia, como a Vivo, Claro e Tim. No caso da Vivo, que é a maior empresa do mercado de telefonia brasileira, já demonstrou interesse nas ações do Norte e Nordeste, juntamente com a Claro e a Tim. A transação poderia ser em sua totalidade ou de alguma parte, que inclui a rede de fibra ótica da Oi.  

No cenário internacional, a companhia norte-americana AT&T estaria na disputa por ativos da tele carioca, se tornando uma possibilidade de seguir no país ao lado da Sky, que se fundiu à Warner, nos Estados Unidos. Além dela, empresas chinesas também demonstraram interesse, mas que já divulgaram que só vão analisar tal investimento depois que o Congresso aprovar o PLC 79. 

O que é a PLC 79? 

No entanto, segundo o analista do BTG, Carlos Siqueira, ressaltou em uma conferência, realizada em agosto, que com a crise na Oi, se tornou urgente a saída do atual presidente da empresa, a pedido de seus acionistas. O banco ainda explicou a importância da aprovação do PLC 79, que diz respeito à transferência da concessão para que seja autorizada este tipo de transação e gere menos gastos com a manutenção de telefonia fixa, que atualmente custa R$ 1 bilhão à Oi.

Apesar dos planos do Conselho e dos acionistas, ainda resta dúvidas se a melhor solução para a Oi seja negociar uma venda isolada da operação móvel ou realizar esta transação em fatias de operações da empresa, espalhadas pelo país.

Porém, uma das fontes disse ao jornal o Globo que esta prática não poderia ocorrer por divergências jurídicas, que indicam que a “companhia não poderia vender parte de suas operações de forma isolada, como a móvel, ou fazer um fatiamento de seus ativos por região”.

Fontes: Money Times e O Globo

*Foto: Divulgação / Marcos Pinto