O acordo no valor de R$ 140 milhões faz parte de um projeto para chegar à conclusão de 100% de eletricidade derivada de fontes limpas até 2025
A maior cervejaria da América Latina, a Ambev, firmou contrato por meio de parcerias com quatro empresas. O intuito do acordo é a construção de 31 usinas solares até março de 2020. Estes locais abastecerão todos os 94 polos de distribuição da companhia no Brasil.
O empenho global deste projeto foi criado pela matriz Anheuser Busch InBev. A ideia é ter 100% da eletricidade usada em todas as operações no mundo originadas por fontes limpas até 2025. O grupo cervejeiro também propõe outras iniciativas neste segmento.
União com meio de transporte
Em agosto de 2018, a cervejaria se ligou à fabricante alemã Volkswagen Caminhões e Ônibus. A parceria resultou na aquisição de 1.600 caminhões elétricos para integrar a frota de suas 20 operadoras de logística até 2023.
O negócio
Conhecida no mercado como ‘geração distribuída’, a Ambev pagará aos quatro parceiros um total de R$ 140 milhões pelo prazo de uma década. Estes por sua vez investirão no processo de construção das 31 usinas solares o valor de R$ 50 milhões.
Segundo o diretor de sustentabilidade e suprimentos da Ambev, Leonardo Coelho, a transação funciona como uma espécie de aluguel em que ao final do contrato toas as usinas pertencerão à empresa de cerveja.
Coelho ressaltou que para a viabilização do planejamento total será necessário a instalação de 50 mil painéis solares. Juntos, eles devem gerar 2.600 megawatts-hora (MWh) por mês, além de impedir a emissão de 2.900 toneladas de dióxido de carbono por ano. Para isso, parte dos componentes serão importados dos chineses e outros devem ser montados por aqui.
O executivo complementa que esta energia será suficiente para equipar as casas de 15 mil famílias, beneficiando assim também o meio ambiente.
Energia limpa
Desde dezembro do ano passado, a cervejaria já manifestava a intenção de possuir centros de distribuição movidos à energia limpa. O primeiro passo dado nesta direção foi sua parceria com uma companhia curitibana para erguerem uma usina solar em Uberlândia (MG).
Coelho revelou também que os estados de Goiás e Sergipe devem ser os próximos locais para implantação do negócio nesta vertente.
Geração distribuída
Esta prática para viabilizar eletricidade de forma mais sustentável tem ficado mais conhecida no país. A iniciativa é uma opção para promover fontes renováveis de energia.
A agência reguladora Aneel abriu recentemente uma consulta pública para discutir uma medida preliminar de modificação das normas do modelo desse ramo de atividade a partir do ano que vem. Ela espera que o resultado dessa questão seja definido até o final deste ano.
No entanto, o executivo afirmou que a Ambev não se inspirou nesta possível mudança regulatória para acelerar a implementação de suas usinas solares. Pois, a ideia da fabricante de cervejas é expandir esta iniciativa sustentável para além do território brasileiro.
Outros casos
Na Argentina, 100% das fábricas da Ambev já utilizam energia eólica. No Chile, a mesma energia é usada, somada também à solar. A matriz AB Inbev possui 61,9% de participação, distribuídas em operações por 16 países das Américas, de acordo com Leonardo Coelho.
Não é só Ambev que está comprometida com a questão ambiental. Poucas semanas antes de seu anúncio, a rival Heineken divulgou investimento de R4 40 milhões destinados a um parque eólico, situado em Acaraú (Ceará). No local será produzido energia capaz de abastecer quase 30% do consumo das 15 cervejarias da marca holandesa no Brasil.
*Foto: Divulgação