Empresa os dispensará sem pagá-los; companhia teve suas operações interrompidas pela Anac
A Avianca Brasil deve demitir ainda neste mês 1.000 colaboradores, de acordo com documento protocolado pela Alvarez & Marsal. A empresa é a responsável pelo processo de recuperação judicial da companhia aérea.
No mês passado, a empresa já começou uma transação de demissão em massa, onde já foram dispensados mais de 1.000 funcionários. Os números foram divulgados pelos respectivos sindicatos do setor.
Recuperação judicial
O processo de recuperação judicial acontece desde dezembro passado e a Anac suspendeu as operações da empresa no fim de maio. Atualmente, a Avianca conta com 2.687 empregados. Contudo, a companhia aérea afirma que foi ela mesma quem decidiu interromper, por enquanto, suas operações.
Anterior a esta medida, a empresa já havia sofrido uma diminuição em sua frota, caindo para cinco aeronaves. O motivo foi a falta de pagamento às companhias de leasing que prestava o serviço de arrendamento.
Notícia da demissão causou alegria
A divulgação da demissão deste mês trouxe contentamento a grupos de colaboradores da empresa por meio de um aplicativo de mensagens. A maioria deles não tem recebido seus salários e benefícios. Mas pretendem contar com a rescisão, ao menos.
Por outro lado, os sindicatos já alertaram que a Avianca ainda não quitou as rescisões dos funcionários já dispensados. Além disso, também não tem depositado o FGTS há algum tempo.
Sugestão rejeitada
No fim de maio, o juiz responsável por comandar o processo de recuperação judicial, rejeitou a proposta da empresa Azul. A Azul ofereceu US$ 145 milhões por uma nova UPI com slots (autorizações de pousos e decolagens) da companhia aérea.
O juiz Tiago Limongi partiu do princípio que o valor oferecido pela Azul é incompatível com o preço aprovado no processo de recuperação judicial e que foi recusada pela própria Avianca.
O acordo original dizia respeito à divisão dos slots em sete UPIs (unidades produtivas isoladas), que seriam leiloadas mês passado. Cada uma das empresas concorrentes se comprometeria a pagar pelo menos US$ 70 milhões.
Porém, os trâmites foram suspensos por decisão liminar do desembargador Ricardo Negrão, do TJ-SP. A solicitação veio da Swissport, a quem a Avianca deve R$ 17 milhões. Além disso, a credora quer anular o processo de recuperação judicial aprovado, alegando que é ilegal negociar os slots, pois estes não são ativos da Avianca, e sim de concessões.
Já a proposta da Azul não pode ser admitida porque também sugere a integração de slots da Avianca, de acordo com Limongi.
*Foto: Divulgação