Open insurance envolve o compartilhamento padronizado de dados e serviços por meio de abertura e integração de sistemas
Em um recente artigo de Bernardo Barroso, especialista em Negócios ASG da Seguradora, explica sobre o termo open insurance. Em seu texto “A privacidade de dados no open insurance”, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), buscou entender como o consumidor enxerga as possibilidades que vão advir com o open insurance e a sua disponibilidade para participar desse ecossistema, autorizando o compartilhamento de seus dados pessoais em diferentes níveis.
O que é open insurance?
Em primeiro lugar, o termo open insurance, na definição da Resolução CNSP N° 415/2021, envolve “o compartilhamento padronizado de dados e serviços por meio de abertura e integração de sistemas no âmbito dos mercados de seguros, previdência complementar aberta e capitalização”.
Além disso, a terceira fase da implementação do programa terá início em dezembro de 2022 e será encerrada em junho de 2023, quando serão efetivados os serviços de resgate, portabilidade e aviso de sinistro, entre outros, com foco na melhor experiência do consumidor.
Declaração do autor
Em uma declaração ao portal Segs, o autor explica qual é o nível de preocupação dos consumidores em relação ao compartilhamento de seus dados pessoais.
Barroso relata que sua pesquisa revela que os consumidores se mostram preocupados com a exposição de seus dados online. Porém, sentem que não possuem o conhecimento ou as ferramentas necessárias para mitigar os riscos que podem advir dessa exposição. E ainda temem o compartilhamento de informações de modo desenfreado e sem a autorização, além de um eventual episódio de vazamento dessas informações. No entanto, de modo geral, isso não os impede de fornecê-los para ter acesso aos serviços digitais.
LGPD
Mas afinal de de contas, qual é o grau de conhecimento dos consumidores em relação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)?
E o que o levantamento mostra também é que os consumidores já ouviram falar da LGPD, mas não conhecem bem as proteções conferidas por ela. E quando os autores tentavam explicar o objetivo e os meios pelos quais a lei protege seus dados, eles demonstravam concordância com a legislação.
É o que também esclareceu o advogado tributarista Marcio Miranda Maia sobre as 9 principais dúvidas sobre LGPD que os consumidores possuem.
Fatores para compartilhamento ou não de dados
Aqui, trata-se de episódios coletivos ou individuais de vazamento de dados por falhas na segurança digital que possuem potencial para impactar a confiança dos consumidores no compartilhamento de seus dados.
Por outro lado, há consumidores que se sentiam extremamente lesados por continuarem a receber ligações e ofertas de empresas, mesmo após solicitarem que suas informações fossem retiradas das listas de contato. Estes afirmavam estar até mais indispostos a compartilharem seus dados futuramente do que os que, efetivamente, sofreram tentativas de golpe por vazamento de informações pessoais online. Portanto, quanto mais cuidado e atenção para obdecer às regras, melhor.
Contudo, entre os fatores que encorajam o compartilhamento de dados, sem dúvidas, está a conexão de confiança e respeito com esse consumidor. Ou seja, é preciso simplificar as condições e as regras do tratamento de seus dados, assim como a finalidade do uso, uma vez que os consumidores relataram que não costumam ler/entender as regras de privacidade que indicam como aceitas quando acessam os serviços digitais.
Papel das empresas
Sendo assim, as empresas devem operar em um sistema aberto para ofertar a melhor experiência possível aos consumidores, isso por meio de descontos, personalização dos produtos ou mais benefícios. Esses atrativos atuarão como grandes estimuladores para o compartilhamento de dados.
Papel das seguradoras
Em relação aos argumentos a serem usados pelas seguradoras para mitigar eventuais receios por parte de consumidores sobre o compartilhamento de seus dados no open insurance, significa uma alteração abrupta no modo de como as sguradoras fazem negócio.
Isso envolve balcões e canais exclusivos que darão lugar a um ambiente mais flexível, com maior abertura para a inovação e competição.
Por fim, com essa mudança de mentalidade, as seguradoras possuem mais chance de atrair os consumidores para o sistema aberto. Ou seja, a confiança é consequência desse processo de mudança cultural do setor de seguros.
*Foto: Reprodução