Alteração fiscal pode gerar revisão em meio à discussão de medidas do Planalto para conter o aumento dos combustíveis
Por conta da discussão de medidas do Planalto com a finalidade de conter o aumento dos combustíveis, os reflexos das iniciativas na política monetária podem sinalizar um cenário de ajuste mais tenso ainda nos juros. Tudo isso para tentar contrabalançar a política fiscal mais expansionista. Sendo assim, o Itaú Asset Management passou a projetar a Selic a 15%.
Vale lembrar que no mês passado, a empresa assinou um acordo com a RK Partners, do CEO Ricardo K., com o objetivo de oferecer soluções financeiras que possibilitem a recuperação de empresas.
Alteração fiscal que puxa a Selic
De acordo com o economista-chefe da Itaú Asset Management, Thomas Wu, em declaração ao Valor Econômico:
“O cenário para o Banco Central muda bastante. Qualquer que fosse a estimativa de Selic final dele, agora tem de estar maior. Nas nossas simulações, o modelo dele não deve mais indicar que uma Selic a 13,75% bastaria para levar a inflação à meta em 2023. Os 13,75% viraram 15% no modelo dele.”
Ele explicou ainda os impactos das alterações fiscais das medidas em discussão no momento. Contudo, para Thomas Wu, o PLP 18/2022, que coloca um teto sobre a cobrança de ICMS para alguns itens, como combustíveis e energia elétrica, teria um impacto de aproximadamente R$ 85 bilhões por ano, o que seria algo permanente.
Zerar impostos
Por outro lado, também existe a discussão em relação a zerar impostos federais sobre gasolina, gás natural e etanol. O impacto de todos eles em seis meses seria de R$ 17 bilhões.
Por fim, há o debate sobre o ressarcimento do governo federal a Estados que derrubarem o ICMS a níveis inferiores a 17%. Tal atitude pode ter impacto de R$ 22 bilhões, afirmou Wu.
“Na nossa visão, a magnitude desses programas fiscais afeta o BC. O que se está jogando na economia de forma cíclica, temporária, exige que a Selic seja levada a um nível ainda mais alto que o neutro. O tamanho do aperto precisa ser maior.”
*Foto: Reprodução