Já é uma realidade que cada vez mais as pessoas estão empreendendo no Brasil, seja por vocação ou por necessidade. Porém, muitos microempresários não estão preparados para encarar as dificuldades importas pelo mercado. Prova disso é que antes dos cinco primeiros anos de vida, seis em cada dez empreendimentos fecham as portas.
Por esses fatores, o advogado Rodrigo Salem optou em deixar um emprego fixo na companhia Plásticos Novel para ajudar microempreendedores. Após pegar sua rescisão, ele fundou em 2017 a MEI Fácil. A plataforma digital dá o caminho das pedras para fechar negócios, além de esclarecer a importância de cada serviço financeiro.
Sobre a criação da startup, Salem afirma:
“Eu e meus sócios queríamos criar uma companhia que tivesse impacto social e que fosse parceiro dos microempreendedores. Para isso, precisávamos falar a língua deles”.
Aposta que está em ascensão
A tática adotada pelo advogado e seus sócios parece estar prosperando. Na terça-feira (22), a MEI Fácil atingiu a marca de 1 milhão de downloads em seu aplicativo. Desse número, 650 mil são de usuários ativos do sistema.
A meta, neste momento, é conquistar mercado baseado em uma oferta de produtos na plataforma. São eles os responsáveis pelo lucro da empresa e de seus parceiros. Atualmente, a MEI Fácil comercializa maquininhas de cartão. Para os próximos meses, a startup vai lançar uma conta digital, recurso que vai auxiliar os microempreendedores a saberem que são pessoas físicas e quem são jurídicas. Por enquanto, o sócio-fundador não diz quem é o banco parceiro nesta empreitada.
A MEI Fácil também quer disponibilizar uma linha de crédito aos usuários da plataforma. Para isso, será criada uma análise nos moldes dos birôs, como Boa Vista e Serasa. Salem ressalta:
“Para isso, criamos um algoritmo capaz de fazer análise de crédito dos pequenos negócios”.
Investidores
O recurso que será o responsável por incentivas o desenvolvimento das microempresas será resultado da terceira rodada de investimentos da MEI Fácil. A Yellow Ventures realizou os dois primeiros aportes, que tem entre seus fundadores, Patrick Sigrist, criador do iFood. Salem diz que neste momento eles estão mantendo diálogo com fundos brasileiros e internacionais, que inclui bancos e fintechs. .
Além disso, a startup também está conversando com bandeiras de cartão de crédito. Uma delas, a Visa, acaba de se tornar uma parceira da MEI Fácil. A colaboração entre as duas empresas pretende impulsionar a utilização de meios de pagamento eletrônicos em lugares onde ainda prevalece o dinheiro em espécie. A estratégia faz parte do projeto “Cidades do Futuro” que em 2019 deve alcançar 200 municípios brasileiros.
Educação financeira e crescimento da startup
A startup vai auxiliar microempreendedores em questões de educação financeira e em relação à maquininha de cartões. Sobre isso, a empresa afirma:
“Os meios eletrônicos dão mais segurança e permitem que os microempreendedores tenham acesso a crédito, que hoje é muito restrito. Sem falar que elevam em 30% as vendas dos estabelecimentos”.
De acordo com Salem, a MEI Fácil tem crescimento entre 15% e 20% por mês. Porém, ainda está distante do ‘break even’, o chamado ponto de equilíbrio financeiro. O sócio-fundador afirma que eles já poderiam ter atingido esta estabilidade, mas que preferem manter o crescimento de forma acelerada.
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