Combate à desinformação em 2022 será tão importante quanto à estratégia para as eleições do ano que vem
No próximo ano, o Brasil passará por novas eleições presidenciais e isso vai gerar uma grande preocupação: o combate à desinformação em 2022.
Combate à desinformação em 2022
Juntos, só os candidatos à Presidência possuem mais de 60 milhões de seguidores nas principais plataformas. Sendo assim, há uma geração de bilhões de interações e visualizações todos os meses, um volume que só tende a aumentar com a chegada do ano eleitoral. Portanto, o combate à desinformação em 2022 é fundamental.
Estratégias do TSE
Diante deste cenário, Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem feito antes do pleito do ano que vem. E um destaque recente foi o julgamento da chapa Bolsonaro-Mourão, por disparos em massa de notícias falsas no WhatsApp em 2018.
Neste caso, os ministros absolveram a chapa ao entenderem que, apesar do disparo, não há provas suficientes da gravidade dos atos.
Porém, na mesma ocasião, a Corte deixou claro que a tolerância em 2022 será menor ao decretar a inelegibilidade por oito anos do deputado estadual Fernando Francischini (PSL-PR) pela divulgação de informações falsas sobre a urna eletrônica.
Além disso, o ministro Alexandre de Moraes, que será presidente do tribunal a partir de agosto, também discursou afirmando que não vai permitir que grupos organizados tentem “novamente desestabilizar as eleições”.
WhatsApp no combate à desinformação em 2022
Em 2018, o WhatsApp teve um destaque negativo. Mas a rede afirma que o número de mensagens “frequentemente encaminhadas” caiu 70% após a implementação de restrições ao compartilhamento.
A empresa disse ainda que nas eleições de 2020, encorajou políticos a não usarem mecanismos ilícitos de disparos em massa, e tem uma dezena de processos abertos contra empresas que vendem esse serviço.
Em nota, o app de mensagens afirmou:
“Foi fundamental ter tido pela primeira vez uma proibição expressa de disparo automatizado de mensagens na legislação eleitoral.”
Desafios para 2022
É preciso estar atento também a novas redes, como o TikTok e o Telegram. Isso porque são novas formas de espalhar conteúdos.
Para Caio Machado, cofundador do Instituto Vero, de combate à desinformação, e pesquisador da Universidade de Oxford.
“As principais empresas mudaram bastante a postura nos últimos anos, o que é positivo. Agora precisam seguir trabalhando para melhorar os processos e a transparência.”
PL das Fake News
Em contrapartida, o PL das Fake News (2.630/2020), que imporia novas medidas de regulação e transparência na moderação de conteúdo online vai além do que aponta hoje o Marco Civil da Internet, de 2013.
No começo, Machado era criticado e chegou a sofrer ameaças. Mas, hoje, para passar a valer antes das eleições, o PL precisaria ser aprovado até julho. Todavia, ainda não há acordo para que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), paute o texto em plenário.
*Foto: Unsplash