A família Klabin, que é voltada a negócios de papel e celulose, acaba de despontar no mercado imobiliário. Isso porque a construtora e incorporadora Bait, braço de investimentos do grupo, lançou o empreendimento Atlântico Bait. O prédio está localizado no último terreno disponível de frente para a praia de Copacabana. Apesar dos preços altíssimos, o que caracteriza a categoria imóveis de luxo no Rio, as unidades foram todas vendidas em três dias. Os apartamentos tem plantas de 61 a 126 metros quadrados. Além de piscina com borda infinita, spa, sauna e ambiente para coworking como diferenciais.
Família Klabin entra o mercado imobiliário
O empreendimento é um feito e tanto para quem vem do ramo do papel e celulose. O segredo do sucesso neste nicho está em seus sócios, que vieram da gestora Galt Capital, da família Klabin. Os fundadores são os irmãos David e Amanda Klabin, Eduardo Tkacz, marido da Amanda, e o economista Henrique Blecher, atualmente presidente.
A gestora
Em suma, a gestora coordena investimentos de algumas famílias muito ricas, como a Klabin, que procurava diferenciar seus investimentos. Em entrevista à revista EXAME, Henrique Blecher afirmou:
“Eles acreditavam na tese que o Brasil, pós-crise econômica, passava por um momento de necessidades de reformas e queda de juros, e que o setor de imóveis se beneficiaria desse movimento.”
Portanto, nasceu a Bait, como um braço de investimento imobiliário.
Empresas diferentes
Apesar da gestora Galta e a incorporadora Bait serem gerenciadas por membros do clã Klabin, os dois negócios não têm qualquer relação com a companhia de papel e celulose. Além disso, Amanda Klabin também atua no conselho da Klabin Papel e Celulose. Sobre isso Blecher acrescenta:
“A Bait é uma diversificação dos investimentos da família e há outros investidores envolvidos.”
Compra de terrenos em meio à pandemia
Em meio à pandemia de Covid-19, a Bait passou a comprar terrenos na zona Sul do Rio de Janeiro. O objetivo era se tornar uma salvaguarda financeira. Mesmo que isso significasse adentrar nos piores cenários, mas com terrenos bem localizados.
O presidente da Bait explica que “no início, crescemos comprando terrenos, porque o mercado estava deprimido e estávamos capitalizados”.
O mercado imobiliário no Rio enfrentou grandes crises nos últimos anos, como a da Petrobras e do petróleo entre 2014 e 2018, além da crise do próprio governo d estado.
Com essas aquisições, a Bait já possui os terrenos necessários para os lançamentos de 2021, que devem custar de R$ 300 a R$ 500 milhões em valor de venda, e até para os lançamentos de 2022.
Lote em Ipanema
Os sócios se voltaram para um lote específico no bairro de Ipanema. Isso porque pela localização decidiram construir um edifício de apartamento de alto padrão no lugar. Sendo assim, fundaram a incorporadora e ergueram um prédio com sete unidades, todas vendidas para os investidores do fundo.
Desde sua criação, a empresa já realizou seis lançamentos e em janeiro parte para o sétimo. Além disso, neste mês a Bait passa a ser também a construtora responsável pelas obras. Somente em 2020, foram três lançamento com valor geral de venda de R$ 250 milhões no total. Ou seja, 80% desse valor já foi vendido. Ainda no ano passado, a incorporadora cresceu quase quatro vezes, uma alta nas vendas de 384%.
Investidores
Alguns desses empreendimentos são praticamente todos voltados aos investidores. E seja ele participante da Galt ou não. Eles compram estes apartamentos para alugá-los posteriormente. Porém, no caso de outros lançamentos, como o IVO em Botafogo, 80% dos compradores são famílias em busca de moradia.
Vale ressaltar que junto aos imóveis de luxo, a pandemia também fez crescer o segmento de imóveis de médio padrão. Ou seja, aqueles destinados a famílias com renda mensal de R$ 7 mil a R$ 11 mil.
Perfil dos compradores
Blecher diz que o bairro e o terreno determinam qual será o perfil dos compradores. Um exemplo é o bairro de Copacabana que é bastante voltado à locação de curta duração, como o Airbnb.
Retrofits
O segmento de imóveis também pede uma inovação ao adquirir uma unidade. E pensando nisso, a Bait já concluiu a compra de um terreno no bairro de Laranjeiras, onde hoje tem um empreendimento comercial.
Este empreendimento será um dos primeiros retrofits do Rio de Janeiro, que é quando um prédio comercial é transformado em residencial. Esta tendência ainda está em desenvolvimento na cidade.
*Foto: Divulgação