4º maior grupo automotivo do mundo é oficializado

Após conclusão da fusão, o 4º maior grupo automotivo do mundo impulsionará os negócios das fabricantes PSA (Peugeot-Citroën) e FCA (Fiat-Chrysler).

4º maior grupo automotivo do mundo

Agora é oficial, os fabricantes PSA (Peugeot-Citroën) e FCA (Fiat-Chrysler) se encontraram oficialmente ontem (16) para formar a Stellantis. Surge assim o quarto grupo automotivo mundial.

Sendo assim, os Fiat, Opel, Peugeot, Alfa Romeo, Chrysler, Dodge, Jeep e Maserati sairão das fábricas deste gigante mundial. As 14 marcas do grupo representam cerca de 9% do mercado automotivo mundial, com oito milhões de veículos vendidos em 2019.

De acordo com John Elkann, presidente da FCA:

“Teremos um papel de primeiro plano na próxima década na redefinição da mobilidade, como fizeram nossos pais fundadores, com muita energia.”

Ele se refere à fusão histórica, que na próxima segunda-feira (18) fará com que os líderes do novo grupo franco-italo-americano lançarão a ação Stellantis nas Bolsas de Milão e Paris. No dia seguinte (19), será a vez da Bolsa de Valores de Nova York. Ainda na terça, o ex-presidente do conselho de administração da PSA e novo diretor-geral da Stellantis, Carlos Tavares, apresentará em uma primeira coletiva de imprensa sua visão para o grupo de 400.000 funcionários. E nos próximos meses, revelará seu plano estratégico.

Desafios

Por outro lado, o 4º maior grupo automotivo do mundo terá pela frente inúmeros desafios. Entre os quais: o processo de eletrificação, a tendência para os veículos de segunda mão ou aluguel e a crise de saúde, o que prejudica a fabricação e as vendas. Prova disso é que em 2020, as vendas mundiais da PSA (Peugeot, Citroën, DS, Opel, Vauxhall) caíram 27,8%.

Para Matthias Heck, da agência Moody’s, a fusão é positiva porque os grupos “melhoram sua cobertura mundial, podem colaborar em nível tecnológico e em vários segmentos e vão economizar graças às sinergias e à experiência do PSA, que soube estabelecer o preço justo e gerenciar suas despesas ”.

Além disso, a PSA e Fiat-Chrysler estimaram que as sinergias permitiriam agora até 5 bilhões de euros (cerca de 6 bilhões de dólares) ao ano, em gastos de fabricação e investigação.

Itália e França

Em contrapartida, o governo francês, que no início se opôs à união da Fiat com a Rebault, agora elogia a criação da Stellantis. O mesmo fez o governo italiano. Entretanto, os dois países estão atentos a que o 4º maior grupo automotivo do mundo “contribua também ao emprego industrial na Itália e França”, afirmaram no início de janeiro o ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, e seu homólogo italiano, Stefano Patuanelli.

Já o vice-ministro italiano da Economia, Antonio Misiani, ao jornal La Repubblica afirmou:

“Uma possível presença do Estado no capital social do novo grupo, semelhante ao governo francês, não pode e não deve ser tabu.”

O Estado francês tem uma participação de 6,2% sem capital da Stellantis.

Fusão

A viabilização da fusão ocorreu graças à adaptação entre os dois grupos, e de forma igualitária. Para isso, a FCA reduziu o valor de um dividendo excepcional para seus acionistas, de 5 bilhões para 2,9 bilhões de euros. Já a PSA se retirou do fabricante de equipamentos Faurecia.

Por outro lado, a maior parte dos sindicatos aceitou a fusão, que para muitos era inevitável. Entretanto, afirmaram que não baixarão a guarda. Um comunicado de Olivier Lefebvre, delegado sindical da PSA, ressalta o seguinte:

“Nossa confiança no futuro será acompanhada ao longo do ano por uma vigilância sobre a adequação das políticas sociais e industriais.”

Por fim, fornecedores dos dois grupos estão atentos a essas novas sinergias.

*Foto: Divulgação