4ª dose em São Paulo: Governo recua e prioriza vacinação de faltosos

4ª dose em São Paulo deve ser debatida em reunião, uma vez que o estado paulista possui 2,1 milhões de pessoas que não tomaram a segunda dose; já outros 10 milhões podem tomar a dose de reforço

No começo da semana, o governo de São Paulo havia dito que se preparava para começar a aplicação de uma quarta dose da vacina contra a Covid-19. Entretanto, nesta quinta-feira (10), a gestão voltou atrás e disse que a prioridade agora é concluir o esquema vacinal dos 2,1 milhões de pessoas que ainda nem tomaram a segunda dose.

4ª dose em São Paulo

De acordo com o secretário da Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, em entrevista coletiva hoje:

“Quando falamos em quarta dose para a população em geral, temos de encerrar algumas etapas importantes, para trazer as 2,1 milhões que nem tomaram a segunda dose. Grande parte é de adolescentes que precisam ser imunizados. Temos ainda outras 10 milhões de pessoas que não tomaram a dose de reforço. A quarta dose já vem sendo feita desde de dezembro para todos aqueles com algum comprometimento no sistema imunológico.”

Ele também afirmou que o governo vai se reunir para definir o plano estratégico da vacinação contra a Covid-19 no estado. E o tema da 4ª dose em São Paulo será debatido e se já existe possibilidade de fazer um cronograma e estipular qual imunizante seria o ideal.

Sobre o recuo um dia após o governador João Doria afirmar que aplicaria a quarta dose, o gestor disse em entrevista a radio Eldorado:

“A hipótese [da quarta dose] já é avaliada pelo Comitê Científico. Não só avaliada, ela já é confirmada pelo Comitê Científico aqui do governo de São Paulo.”

No entanto, poucas horas depois, em coletiva de imprensa, Doria revelou que o governo ainda avaliava o tema e que não havia uma data confirmada para o início da aplicação.

O que especialistas dizem da 4ª dose em São Paulo

Por outro lado, apesar de especialistas serem a favor da quarta dose é preciso vacançar na vacinação de toda a população já elegível. Ou seja, acima dos 5 anos de idade. Em contrapartida, neste momento, o estado não teria em estoque vacinas suficientes para aplicar uma dose extra. Isso porque a recomendação seria utilizar o imunizante da Pfizer, que é distribuída pelo Ministério da Saúde para todo o Brasil, e não a Coronavac, comprada pelo governo paulista.

Dose de reforço em adolescentes

Na noite de ontem (9), a pasta de saúde publicou uam nota técnica em que ampliou a dose de reforço para adolescentes entre 12 e 17 anos. Todavia, o documento especificou ainda que a parcela que receberá a dose extra é apenas aquela que se encaixa no grupo prioritário de imunocomprometidos.

Sendo assim, se enquandram nesta condição pessoas que passam por quimioterapia, que fizeram algum tipo de transplanta de órgãos ou de células-tronco, que com HIV/aids, que faz hemodiálise, entre outros.

Recomendação

Neste caso, a recomendação é que a dose extra seja aplicada a partir de quatro meses após a segunda dose. E indica os imunizantes da AstraZeneca, Janssen e da Pfizer como prioritários. O governo paulista disse que já encaminhou um documento às prefeituras para iniciar a aplicação da dose extra.

*Foto: Unsplash